16/10/2020 - Thais Paiva

Percurso formativo promovido pelo Escolas2030 fundamenta as bases para a pesquisa-ação do programa no Brasil

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Por meio da formação, espera-se que os participantes partilhem referências sobre o programa, pesquisa-ação e o que é avaliação de qualidade e transformadora

Uma comunidade de educadores e organizações educativas engajada em transformar a educação no Brasil e no mundo. Assim podem ser definidos os participantes do itinerário formativo Escolas2030: Caminhos para uma educação integral e transformadora, que teve início no dia 05 de outubro e se estenderá até 03 de dezembro. 

Parte do programa global Escolas2030, que buscará avaliar, desenvolver e disseminar boas práticas para a educação de qualidade de crianças e jovens em 10 países do globo ao longo de uma década, a ação foi pensada como um exercício reflexivo para que os envolvidos tenham a oportunidade de reconhecer e apoiar as práticas inovadoras das suas organizações. 

“Desde o início do ano, antes mesmo da pandemia, havíamos planejado uma ação formativa a ser construída com as organizações educativas do Escolas2030. O plano original eram formações presenciais promovidas pelos membros da Equipe Coordenadora junto às organizações-polo em seus territórios, envolvendo escolas, organizações da sociedade civil e secretarias de educação”, conta Thais Mesquita, coordenadora executiva do programa no Brasil.

No entanto, a instauração do cenário pandêmico e dos novos protocolos sanitários exigiram a adaptação para o formato remoto. “Desenvolvemos, em parceria com a Associação Cidade Escola Aprendiz, o percurso formativo com uma série de objetivos: apresentar as premissas do programa e seu contexto global; promover princípios e práticas de uma educação integral e transformadora; provocar reflexões sobre aprendizagem e avaliação, mapear estratégias e ferramentas de avaliações já desenvolvidas e fomentar a cultura de pesquisa-ação”, explica Thais.

Sobre este último ponto, Douglas Ladislau, pesquisador da Faculdade de Educação da USP, acrescenta. “Corajosamente, aceitamos o desafio de fazer frente à atual tendência educacional reducionista. Por meio das avaliações externas de larga escala, se reduz a multiplicidade de experiências de aprendizagem aos aspectos limitados das provas padronizadas. Além disso, acreditamos que das bases dos sistemas educacionais surgirão as tão necessárias transformações, pautadas pelas perspectivas da integralidade e transformação”. 

Nesta lógica, o percurso formativo se coloca como uma das bases que irá fundamentar o processo de pesquisa-ação no Brasil. “Nesta jornada, será possível participar, desde já, da construção das bases desta pesquisa longitudinal. E, talvez o mais importante, se autoconhecer melhor enquanto organização educativa inovadora”, coloca Douglas.

Sobre o percurso formativo

Para tanto, o itinerário formativo Escolas2030: Caminhos para uma educação integral e transformadora conta com atividades síncronas e assíncronas, totalizando 20 horas de atividades. Um diferencial é que toda a experiência será acompanhada e apoiada por tutores.

“A formação pactua os conceitos basilares do programa para que todos aqueles que dele participem tenham um alinhamento comum de onde partimos, que é essa definição sobre o que é uma educação integral e transformadora. Para não ficar abstrato, materializamos esse conceito em aprendizagens e instrumentos avaliativos”, explica Julia Dietrich, tutora e uma das responsáveis pela confecção do curso.   

Outro alicerce é o entendimento do Brasil como um país produtor de inovação em educação, povoado por experiências exitosas que colocam o sujeito no centro da pedagogia. “Então por meio da formação, quisemos resgatar as experiências pregressas, reafirmar as experiências do presente e olhar para o futuro, isto é, como é que a gente vai projetar isso daqui 10 anos” resume Julia.

Entre as perguntas que norteiam a formação estão: como cada organização educativa efetivamente inova em diversos aspectos de sua realidade concreta? A partir dessas práticas inovadoras, quais os efeitos na trajetória de aprendizagem de seus estudantes? “Optamos por perseguir possíveis respostas coletivamente, a partir de um programa de pesquisa-ação que, futuramente, aqui no Brasil, envolverá 100 organizações educativas já comprometidas em espalhar amplamente uma educação de qualidade para todos e todas”, explica Douglas.

Mas embora somente 100 organizações irão compor o grupo de pesquisa-ação do programa, há a proposta de envolver ainda mais atores de forma indireta de maneira a fomentar o aprendizado e incorporar as contribuições das demais. 

“Independentemente da escola participar ou não do programa, essa formação é fundamental para estimular a troca. O olhar compartilhado é muito enriquecedor para a prática educativa. A organização ou a própria secretaria, muitas vezes, ficam solitárias no seu espaço, criando-se o que chamamos de ilha de excelência – escolas que fazem um trabalho excepcional, mas que não capilariza para a rede. Então esta experiência dá um pontapé para isso acontecer”, coloca Julia.  

Após dois meses de atividades diversas, espera-se que os participantes partilhem referências sobre o programa, pesquisa-ação, o que é aprendizagem e avaliação no âmbito da educação de qualidade e transformadora no Brasil. “Além disso, desejamos que se sintam engajados na promoção e disseminação da educação integral e transformadora e possam se sentir parte de uma comunidade. O Escolas2030: Caminhos para Educação Integral e Transformadora é um passo fundamental para a construção e a disseminação das premissas do programa em nosso país”, finaliza Thais.

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