Evento reuniu representantes de mais de 30 países em discussões sobre a agência de transformação dos educadores
Realizado entre os dias 3 e 5 de junho em Nairóbi, capital do Quênia, o Fórum Global do Escolas2030 teve como foco o papel fundamental da agência de educadores para solucionar desafios complexos da educação em nível local, nacional e global.
Nos três dias de evento, houve reflexões e partilhas em painéis de discussão e oficinas diversas, conectando uma pluralidade de atores de mais de 30 países, entre professores, pesquisadores, representantes de organizações da sociedade civil, de governos e fundações.
As diversas falas trouxeram referências e exemplos sobre como professores são inovadores, pesquisadores e atores fundamentais da mudança. Ressaltaram também que é fundamental repensar o que deve ser considerado sucesso em educação. Em um dos painéis, destacou Iva Furtado, professora de Portugal participante do Escolas2030: “Acreditamos que é hora de repensar não apenas o método de ensino, mas como vivenciamos a escola e entendemos o próprio ato de aprender.”
A questão da aprendizagem foi também destaque da fala de Andrew Cunningham, líder global de educação da Fundação Aga Khan, responsável pelo secretariado global do programa: “Podemos imaginar uma abordagem mais integral que vá além da mensuração de quantas palavras por minuto uma criança consegue ler, mas olhe para como a criança consegue escrever as histórias que irão moldar o futuro?”.
Há ainda um bom caminho a percorrer para que essa outra educação seja realidade nas diversas escolas ao redor do mundo. Principalmente no contexto do chamado Sul Global, há ainda muito a avançar para que educadores tenham as condições adequadas não apenas para repensar a educação convencional, como para que suas vozes sejam de fato ouvidas na elaboração de políticas públicas. Ao dar suporte e visibilidade a educadores dedicados a promover uma educação integral e transformadora, o Escolas2030 busca justamente avançar nesse caminho.
O Brasil esteve presente em um estande com textos, fotos e vídeos de cinco escolas que participaram ativamente da pesquisa-ação:
- Escola Quilombola Profa. Lydia Sherman (Búzios, RJ)
- Escola Municipal de Ensino Fundamental Espaço de Bitita (São Paulo, SP)
- Escola dos Sonhos (Bananeiras, PB)
- Escola Comunitária Luiza Mahin (Salvador, BA)
- Escola Municipal Prof. Waldir Garcia (Manaus, AM)
Cada uma dessas escolas se destaca por sua atuação, promovendo práticas pedagógicas inovadoras relacionadas às cinco aprendizagens prioritárias do programa: empatia, colaboração, protagonismo, criatividade e autoconhecimento. Para saber mais sobre essas experiências, é possível acessar pelo Especial Escolas2030 do Centro de Referências de Educação Integral.
Por vídeo, Thaís Mesquita, coordenadora executiva do programa no Brasil, compartilhou sobre a sua experiência em um dos marcos desses cinco anos de Escolas2030: a oficina de cocriação em Dubai, em 2019. Em sua fala, ressaltou os princípios do programa de construção democrática da mudança educacional, considerando as escolas como lócus de construção de conhecimento e transformação e a valorização dos saberes do assim chamado Sul Global.
Para 2026, espera-se que os dez países promovam eventos nacionais. Além disso, no âmbito internacional, o programa estará presente nos grandes eventos do campo da educação já existentes, influenciando os debates e definições sobre diretrizes globais de educação a partir da perspectiva de agência de professores e da educação integral e transformadora.